Como viver uma vida de auto engano disfarçado de autoconhecimento

 

Eita… demorei, viu?

Demorei pra perceber.

Sabe aquele lance? De achar que tá sempre mais lúcido, mais desperto, mais… sei lá… “evoluído”?

 

Pois é… eu gostava dessa sensação. Gostava mesmo.

 

No começo, naquela ânsia louca de entender o tal do “sentido da vida”, eu fui fazer o quê?

Fui buscar como a vida funciona…

 

Só que errei o alvo: fui tentar entender como o MUNDO funcionava, ao invés de entender como EU funcionava dentro desse mundão.

 

E aí… 😂

 

Caí no papo de livro:

👉 'Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas’

👉 ‘Armas da Persuasão’

👉 ‘48 Leis do Poder’

 

Tudo ferramenta pra tentar alcançar o outro…

 

Pra mim, num primeiro momento, era mais sobre manipular do que pra me conectar.

 

Não era pra ser de verdade… era pra manipular, não pra me relacionar.

 

PNL, hipnose… eu lia, fazia curso, workshop…

Treinamentos de Lair Ribeiro a Padre Quevedo…e teólogos da época

 

Na minha cabeça, eu achava que tudo era sobre enfiar uma ideia na cabeça do outro.

Tinha que modular o corpo, o gesto, a fala…

Virava quase um teatrão, entende?

 

Eu tava mais preocupado em mexer no outro do que em mexer em mim.

 

Sem perceber… fui levantando muro, atrás de muro, dentro de mim.

 

Muros invisíveis…

Que eu chamava de “autoproteção”…

 

Mas, na real?

 

Eram trincheiras.

 

E quanto mais eu me protegia…

Mais fraco me sentia.

 

Porque, meu… se ninguém chega perto de mim para me atingir, também ninguém chega perto para me ajudar.

 

Aí veio a era das redes sociais… e pronto!

 

O feed me servia certezas em doses homeopáticas e tóxicas de 30 segundos:

👉 “o mundo tá podre”

👉 “as pessoas são narcisistas”

👉 “todo mundo é falso”

👉 “egoísta”…

 

Eu via todo mundo nessas falas, só não me enxergava nelas

 

E eu?

 

Me sentia o único limpo.

O sobrevivente desperto…

 

Vendo tudo ruir, como se eu fosse o último são num hospício à beira do colapso.

 

Só que… olha o contraste:

Quanto mais eu me achava lúcido… mais isolado eu ficava.

 

Na pandemia, então… putz!

O isolamento virou regra sanitária:

 

👉 “fique em casa, fique seguro”

Seguro de quê? De quem?

E ali… entre quatro paredes…

Sem abraço, sem presença, sem olhar…

Eu adoeci.

E vi pessoas adoecerem.

 

Não só de corpo…

Mas de alma, de mente, de espírito.

 

Foi nesse silêncio que vi as coisas ficarem mais claras:

 

“Pera aí… como é que o ser humano se comporta no mundo físico?”

“E como o mundo corresponde a esse comportamento?”

 

Aí fui buscar na Lei do Mentalismo:

👉 “tudo é mente, o universo é mental”

Beleza…

Mas e o CORPO?

E a PRESENÇA?

E o AGORA, cacete?

 

Percebi:

O problema não era o mundo…

Era EU, tentando viver só com a cabeça enfiado em ideias.

 

E olha… ideia protege…

Mas também congela.

Isola.

 

Viver só na cabeça é como respirar num quarto sem janela:

Você até sobrevive…

Mas o ar vai ficando rarefeito, insalubre, mofado…

 

E aí… olha só como vejo tal da cura:

Que não se vende em cápsula…

Nem em feed de 30 segundos frases cheias de efeitos e com musiquinha de fundo…

 

Ela começa quando a gente aceita o RISCO do encontro.

O risco do confronto…

E até do desencontro.

 

Quando a gente entende que viver…

 

… é estar vulnerável, mas presente.

 

Que proteção, de uma certa forma, não é se esconder…

 

É saber onde se colocar,

com quem andar

e, principalmente…

com o que concordar.

 

No fim das contas, meu…

 

Não era o mundo que era tóxico.

 

Era o meu pré-conceito, disfarçado de conceito…

De “verdade”…

De “lucidez”…

De “espiritualidade”.

 

Meus muros, pintados de frases bonitas…

Me impediam de TOCAR a vida.

 

Então de uns tempos para cá...

Meu lema é ....

👉 Viver com as janelas abertas.

Vai entrar poeira? Vai.

Vai ter dia que vai entrar até tempestade.

Mas… olha…

A luz vale muito mais, viu!


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