Comunidade Metafísica

  Quando falamos de Wu Wei , não estamos falando de preguiça ou desistência, mas da arte de perceber quando insistir é apenas bater a cabeça contra a parede. O Tao nos convida a olhar a vida como um rio: se tentamos represar tudo, adoecemos; se seguimos o fluxo, chegamos mais longe.   Uma das várias lições que tive sobre Wu Wei Tive várias lições duras na vida. Uma delas aconteceu por volta de 1986, quando decidi que iria, a qualquer custo, entrar na * CMTC ,* a antiga empresa municipal de transportes coletivos. Estudei até a exaustão, fiz a prova e passei. Estava pronto para começar uma nova etapa. Mas, por ironia do destino, o telegrama da convocação chegou com dois dias de atraso, culpa de uma greve dos correios. A chance havia escorrido por entre meus dedos.   Não aceitei. Repeti o processo. Fiz novamente, passei novamente. E, novamente, o telegrama atrasou. A frustração foi tão grande que a revolta tomou conta de mim. Eu não entendia, não aceitava. A vid...

  Vivemos em uma era onde todo mundo procura um atalho. Dieta milagrosa de 7 dias, riqueza em 21, iluminação em 3 passos. Mas quando falamos em “a magia de conseguir o que você quer” , a pergunta inevitável é: estamos falando de obter algo do nada ou de realizar o inevitável que já pulsa dentro de nós? A magia está fora ou dentro? A suposta “magia da manifestação” não é sobre dobrar leis cósmicas como quem dobra uma colher num truque de palco. É um choque de percepção: reconfigurar a mente para aceitar algo como já real, já concreto. Quando confio e ajo como se fosse verdade, minhas escolhas se alinham. O universo responde? Talvez. Ou talvez seja apenas eu, finalmente, deixando de sabotar o próprio caminho e aceitando as consequências de me mover em direção ao que quero. Manifestar não é magia abstrata Muita gente confunde “manifestar” com criar um ritual mental e esperar que uma bênção cósmica seja entregue em casa por uma Amazon espiritual. Penso que Não. Manifesta...

O conceito Japonês de Ikigai não é só sobre encontrar um motivo abstrato “para viver”, tipo uma filosofia bonita. É sobre descobrir o que te faz levantar da cama com energia e curiosidade hoje, no momento presente, e não apenas no futuro distante.   O Ikigai é a interseção de quatro elementos: O que você ama  – aquilo que faz seu coração vibrar. No que você é bom  – suas habilidades e talentos únicos. O que o mundo precisa  – algo que gere valor ou impacto. Pelo que você pode ser recompensado  – que traga sustento ou reconhecimento.   Segundo o pensamento Japonês. Quando esses quatro pontos se encontram, você encontra um sentido vivo, diário, prático. Não é apenas “descobrir seu propósito de vida” como se fosse um troféu final, mas sim uma bússola para cada dia, um quadrante holístico algo que faz cada manhã valer a pena.   Sobre os 4 quadrantes do Ikigai   O que você ama: isso não é filosofia de auto ajuda, é vida em movimento. Não é sobre o que ...

Vejo muita gente na internet lembrando dos banhos de chuva , do carrinho de rolimã, das brincadeiras na rua… quem nasceu nos anos 60 fala que viveu anos mágicos até os 90. O pessoal dos anos 70 puxa essa sensação até os 2000. E os nascidos nos 80 dizem que a magia durou até 2010. E eu confesso: eu também sinto isso. Parecia mesmo que o mundo tinha uma camada invisível de magia até ali. Mas, olhando com calma, percebo que essa magia estava menos no mundo e mais em nós. Até os 30, tudo é novidade. O corpo aguenta, a mente viaja, o tempo sobra. É o período de semear, de experimentar, de errar sem medo. A vida ainda tem aquele gosto de aventura, mesmo que a gente não perceba. Aos 31 começa a correria. É trabalho, conta, responsabilidade, família, cobrança, pressão. É um rolo compressor . São anos intensos, mas muitas vezes anestesiados. A gente conquista, perde, se reinventa, mas quase não dá tempo de respirar. É como se a vida passasse rápido demais, e quando a gente percebe já se foram...

  Se o corpo guarda memórias, será que o toque pode libertá-las? Vivemos em uma era de conexões rápidas, mas de contatos escassos. Apertamos botões, deslizamos telas, digitamos sem parar e, no entanto, a pele segue sedenta por calor humano. O toque, tão simples e esquecido, é um idioma universal. Ele não precisa de tradução: desperta, reconecta e resgata histórias guardadas em silêncio. Um abraço pode aliviar mais do que mil palavras. Uma massagem consciente pode dissolver não apenas tensões físicas, mas também as emoções que nelas se escondem. Um gesto suave pode transformar dor em respiro. Isso acontece porque o toque é lembrança. É calor, é cura. A pele é o maior órgão do corpo, nosso primeiro canal de comunicação com o mundo. Quando tocamos ou somos tocados com intenção e consciência, algo além da carne se movimenta: energias se realinham, memórias encontram espaço para se soltar, a mente se acalma Experimente agora: feche os olhos, respire fundo e imagine alguém repous...

Essa semana, uma cliente entrou no consultório. Não era a primeira vez — a acompanho há quase sete anos, a cada seis meses, como quem observa pequenas fissuras se formando lentamente. Mas naquele dia, algo estava diferente. Olhos cansados, fundos, quase apagados; ombros curvados como se carregassem décadas de pressa; mãos inquietas. Havia tensão em cada gesto, em cada respiração curta. E então ela falou, como quem revive um filme acelerado da própria vida: “Eu corro… corro para tudo. Para ser pontual, para dar conta, para não perder nada. Até para me permitir algo, corro… porque até o cuidado virou compromisso. Uma massagem, uma hora na academia, uma sessão de terapia… tudo encaixado, cronometrado, nada vivido de verdade.” E, como um refrão amargo, veio a justificativa: “Não posso parar agora. Tenho contas, clientes, compromissos, família…” Enquanto ouvia, podia quase sentir o tempo escorrendo entre os dedos dela — invisível, impiedoso. O café tomado às pressas queimando a língua; a ...

  Eita… demorei, viu? Demorei pra perceber. Sabe aquele lance? De achar que tá sempre mais lúcido, mais desperto, mais… sei lá… “evoluído”?   Pois é… eu gostava dessa sensação. Gostava mesmo.   No começo, naquela ânsia louca de entender o tal do “sentido da vida”, eu fui fazer o quê? Fui buscar como a vida funciona…   Só que errei o alvo: fui tentar entender como o MUNDO funcionava, ao invés de entender como EU funcionava dentro desse mundão.   E aí… 😂   Caí no papo de livro: 👉 'Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas’ 👉 ‘Armas da Persuasão’ 👉 ‘48 Leis do Poder’   Tudo ferramenta pra tentar alcançar o outro…   Pra mim, num primeiro momento, era mais sobre manipular do que pra me conectar.   Não era pra ser de verdade… era pra manipular, não pra me relacionar.   PNL, hipnose… eu lia, fazia curso, workshop… Treinamentos de Lair Ribeiro a Padre Quevedo…e teólogos da época   N...

Segundo a lenda, na Alexandria da era helenística, ocorreu uma fusão simbólica entre duas divindades: Thoth, o deus egípcio da magia, da iluminação e do poder das palavras, e Hermes, o deus grego da comunicação e da sabedoria. Thoth, nos textos egípcios, carregava um título solene que o chamava de "Grande, Grande, Altíssimo Deus".   Quando os gregos traduziram seu nome, ele foi associado a Hermes, mas, para manter a ligação com sua origem egípcia, acrescentaram o título "Trismegisto" — que significa "três vezes grandioso". Assim nasceu a figura de Hermes Trismegisto, e seus discípulos ficaram conhecidos como hermetistas, crentes de que Hermes e seus ensinamentos eram as verdadeiras fontes da sabedoria universal.   Em sinal de reverência, muitas obras atribuídas a Hermes Trismegisto eram assinadas não com os nomes dos autores humanos, mas com o próprio nome de Hermes, conferindo a essas obras uma aura de autoridade divina. Esses escritos, que abordam temas ...

Senhores e senhoras do júri, venho hoje defender aquela que sempre foi injustamente condenada: a laranja podre . Durante muito tempo, essa laranja foi acusada de corromper todo o saco, de ser a raiz do problema, de arruinar as demais. Mas pergunto a vocês: essa laranja realmente escolheu apodrecer?   Vamos aos fatos. A laranja não tem autonomia para escolher onde ficará dentro do saco. Não pode se mover, respirar livremente ou reivindicar espaço. Se ela se encontra esmagada no fundo, sofrendo a pressão das demais, sem ventilação, sem a luz do sol que todas merecem, isso não é um cenário de decadência inevitável?   E mais: se o responsável pelo saco tivesse o devido cuidado de movimentar as laranjas, garantindo que todas tivessem uma chance de respirar, de estar no topo e de receber um novo fluxo de ar, essa laranja não teria sobrevivido por mais tempo? Não teria cumprido seu propósito até o fim, sem ser jogada fora prematuramente e sem carregar a culpa de um problema que não f...